quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

UMA COLETANEA : ESTA

De uma forma completamente sutil a literatura se expandiu. Já não existem mais limitações ou prisões para trancafiar um livro em uma biblioteca. Ao longo dos dias, comecei a formar uma opinião que hoje vejo que não é  nada alem de uma humilde e pura verdade. A literatura, nos liberta, ela fala por nós. Ela é feita de embaraços, traços, amassos, amores , desamores, arrepios e identificação. É a forma mais mútua de mostrar que todos sentem o que sentimos, que todos compartilham entre si, o seu mais doloroso amor, a sua mais complicada alegria.
   Hoje as palavras não são jogadas ao vento, o vento as carregam, ele as submetem a ir ao encontro de desesperadas e inquietas mentes e corações que pedem por um alguém que fale por elas. Em meio a todo esse enlouquecer transbordante de redes sociais, elas se perderam. Para ser mais clara, elas se agruparam e hoje dominam este universo. Frases de escritores famosos como Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Shakespeare , entre muitos outros amantes do magico mundo literário, circulam pelos twitteres, blogs, comunidades no orkut, facebooks, tumblrs. São diariamente retwettadas, reblogadas, curtidas e afins de possibilidades de aumentar o numero de apaixonados por esta força que encanta.
   Hoje trago a vocês uma coletânea de trechos de um Portoalegrense lá de Santiago "a terra dos poetas" no Rio Grande do Su
"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sedno é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."

"...Dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha ou fatalidade, não importa, estamos tão enredados que seria impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui... "

"..Então,que seja doce.
Repito todas as manhãs,ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce.
Quando há sol e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas,se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder.Tudo é tão vago como se fosse nada... 
"

"Cá entre nós: fui eu quem sonhou que você sonhou comigo?"
"Entenda bem: não me veja tentando reatar uma história de amor já bastante espatifada (ou talvez sim, mas você não me deu chance e a coisa mais saudável que eu podia fazer era entrar noutra). Acontece que, com ou sem cama, gosto profundamente de você.  "

"E que graça teria a vida se só houvessem dias ensolarados e amigos equilibrados?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário