é mais ou menos isso que a gente fica quando alguém vai embora: metade. metade de qualquer coisa que não tem nome, nem história, mas a gente sabe que existe, afinal, perder é a forma mais próxima da real sensação do sentir. sentir o cheiro que some aos pouquinhos, o ar descer mais pesado e empurrando essa tal de vida para dentro e depois para fora, sentir o mesmo vazio que agora ficou em seus porta-retratos... nunca estamos preparados para a hora do adeus, do até logo ou mesmo das despedidas que dispensam a ironia boba das palavras.
Metade e às vezes nem isso.
com o tempo a vida nos ensina a acumular lembranças como quem coleciona discos ou selos postais e não é tarefa fácil descartar as memórias.
metade é a necessidade de nos sentirmos inteiros. metade é se conformar em ainda ter a companhia de qualquer coisa que foi embora.
metade é a necessidade de nos sentirmos inteiros. metade é se conformar em ainda ter a companhia de qualquer coisa que foi embora.