quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sabores de uma mulher ferida

Um pesadelo terrível e completamente tedioso para uns. Um universo de sabores, cores e amores para outros. Difícil será a convencer a todos, de que o nosso melhor amigo sempre será o tão temido livro. Ele tem mil faces, umas que realmente assustam quando marcam "Matemática" na testa, outros que podem te teletransportar para um mundo de total aterrorizamento e ao mesmo tempo prazer, quando indicam "Vampiros" bem na  ponta do nariz. Existem até aqueles que dão vida a nossas imaginações quando passam a ser destaques nas telonas.
Nada melhor para dar vida ao meu sonho de fazer parte da equipe Cravo&Canela, começando com a sobremesas, um prato, que é sempre um dos últimos, mas que merecia ser sempre o primeiro. Não é a toa que dizem que os últimos serão os primeiros. Então se deliciem com a obra de Marian Keyes, Melancia.

O livro conta o drama da garçonete Claire, abandonada pelo marido após dar à luz uma menina, logo depois que ele confessa ter um caso com uma vizinha também casada. Com a auto-estima em baixa, 29 anos e a forma física aparentando a de uma melancia, Claire resolve voltar para a casa da família: o pai à beira de um ataque de nervos, a mãe com fobia de cozinha e viciada em telenovelas e duas irmãs. Uma, destruidora de corações; outra, fanática pelo ocultismo. 

Em meio a muitas lágrimas, depressão e bebedeiras, Claire refaz a vida e se interessa por Adam - boa pinta, inteligente e, claro, supersensível. O problema é que ela acha que Helen - a irmã demolidora de corações - está apaixonada, pela primeira vez, pelo tal galã e não quer magoá-la. Para complicar a situação, James, o marido, volta, acusando a mulher de tê-lo induzido a procurar uma amante. 

Cada capítulo do livro parece o episódio de uma Sitcom - Situation Comedy - ou mesmo um folhetim de alguma novela das seis. O enredo gira em torno de coincidências ("... então, simplesmente aconteceu que me sentei ali e Adam entrou, apenas uma hora e meia depois que eu chegara..." pág. 276), segredos que só se revelarão no último capítulo, um audacioso plano de vingança e uma lição de moral: o que não mata fortalece, desde que a desgraça seja encarada com o mínimo de senso de humor. Bom para você ler quando estiver triste. O jeito é degustar a Melancia com prazer, já que o livro está bem longe de ser um "abacaxi".


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Fonte da resenha : 
Resenhando

Não pintou o cara certo? Tem sempre os errados

A espera pelo qual digamos ser o nosso príncipe encantado, é muitas vezes cansativa e dolorosa. Esperar, que um alguém, feito sobre medidas caia do céu, é um verdadeiro desperdício de vida. E como todas, se recusam a dormir pensando no dia que encontrará este homem dos seus sonhos, basta apenas arregaçar as mangas, e ir a busca dos seus ideais, isto que serve não só na caça ao amor perdido, e sim para todas aquelas as suas metas não compridas no ano passado.
  Enquanto não pinta o homem certo, Maria Ana vai se divertindo com os errados.Um livro, para aprender a rir das desgraças alheias, que por não tão surpresa do destino, pode ser a sua também.



"Dez (quase) amores" certamente não vai concorrer a nenhum prêmio literário por uma escrita apurada, tema inovador e profundidade poética, mas certamente levaria um prêmio por sua veia cômica. Aliás, rir foi só o que fiz durante a leitura das aventuras e desventuras de Maria Ana. Rir de chorar! Definitivamente um livro MUITO divertido, que lhe faz correr sérios riscos de pagar um mico se a leitura estiver sendo realizada num local público.

Fonte da resenha : Resenha de Joice, no Skoob.

Uma amor, jogado ao mar

Nada mais sadio e comovente do que uma verdadeira história de amor, onde nem sempre seu futuro esta escrito como o prometido, mas sem deixar de terminar com um final feliz.
   Para encontrar um amor, não é preciso um guia para isso, basta seguir uma parte do nosso corpo, em que custa acelerar rapidamente toda vez em que se depara com sua paixão. Mas, o que fazer, quando não é possível controlar o coração do outro, muito menos suas pernas, e ele custa a dar cada vez mais passos longos para longe de você? Garrett Blake, encontrou um jeito, de expressar todo seus sentimentos mais apaixonantes por Catherine, lançando dentro de uma garrafa uma carta de amor.



Em "Uma Carta de Amor", Nicholas Sparks conta a história da jornalista Theresa Osborne, de Boston, que, divorciada há três anos, já não acredita no amor. Com seu filho, ela vai passar as férias em Cape Cod, quando encontra uma garrafa que traz dentro uma tocante mensagem. A carta é destinada à "minha querida Catherine". Comovida com aquela mensagem de amor, Theresa, através de sua coluna no jornal, acaba descobrindo a identidade do misterioso autor: Garrett Blake (vivido nas telas por Costner). Ela segue a pista de Garrett, que há três anos chora o amor perdido, e percebe que ele pode estar pronto a amar novamente. Como ela.
    Reunidos pelo acaso, Theresa e Garrett são pessoas cujas vidas estão prestes a se tocar com um propósito, numa história que reflete nossas mais profundas esperanças de encontrar aquele alguém especial e o amor imorredouro. Com suspense e intensidade emocional, Sparks conduz o leitor numa caçada à verdade sobre um homem e as suas lembranças, sobre a dilacerante fragilidade do amor e ao mesmo tempo o seu imenso poder.

Comentario de Kassya no Skoob, sobre o livro.
   Triste, como todos os livros de Sparks, são inumdados de sentimentos,emocionantes.O autor tem o dom de encadear os fatos de forma que tudo pareça surpreendente e inesperado, os personagens são complexos, é fácil reconhecer traços semelhantes entre os protagonistas dos livros de Sparks. O difícil é ser indiferente àquilo que eles representam: a universalidade dos sentimentos.Seus livros acertam em cheio nossos corações.As cartas expressam os sentimentos e tudo que Blake não foi capaz de demosntrar em atos e palavras, ao colocá-las em garrafas e atirá-las ao mar o que ele está fazendo é mantendo seus sentimentos aprisionados e à deriva.Quem nunca esteve a deriva, por causa de amor ? 


·                        O post de hoje, será um post duplo, sei muito bem que minha função aqui não é dar dicas de filmes e sim de livros. Mas, você sabe muito bem que eu, que existem muitos filmes inspirados em livros, e "Uma Carta de Amor" é um deles. Então super recomendo também este filme- do mesmo titulo- já que o fim de semana tá chegando. Com direção de Luis Mandoki, o filme promete te arrancar muitos suspiros, alem de lágrimas, por ter no elenco Kevin Costner, Robin Wright, Paul Newman, John Savage. 
   Um otimo fim de tarde de quinta- feira para você, uma otima sexta feira, e um fim de semana maravilhoso- vai que dá praia? E até a próxima seman

Uma vez Rowling, sempre Rowling.

UMA VEZ ROWLING, SEMPRE ROWLING
A paixão pela escrita, não nasce de um dia para o outro. É como se houvesse um grande imã que nos atraísse a este universo verdadeiramente compassivo e surpreendente, onde não a limites para colocar no papel o que a imaginação te subestima a pensar, sonhar, conhecer e fazer-se real. As vezes a paixão pelo mundo literário é estimulada desde a infância, as vezes precisa de um certo empurrãzinho para ser coloca em pratica e deixar de ser preguiçoso, e de deixar de lado uma possibilidade imensa de descobertas desconhecidas, descobertas que se referem a você mesmo, sobre seus ideais, suas opiniões, seus sonhos. Mas este não é o caso de Joanne Rowling, esta que desde criança despertava em si, um verdadeiro encantamento com a literatura. O Vento nos Salgueiros e O Cavalinho Branco, fazia brotar em si a semente da ligação do lápis, papel e imaginação, esta hoje substituída por teclado, mas que sempre fará questão do ombro mais que amigo da imaginação
Foi ao sul das escarpas de Cotswold Hills, numa cidade chamada Yate na Inglaterra, que nasceu a tão renomada escritora britânica de ficção Joanne Rowling, mas conhecida como J. K Rowling, autora da historia tão conhecida do garoto Harry, de sobrenome Potter, que ganha vida nas telonas na pele de Daniel Radcliffe. Acredito eu, que não seja por falta de espaço, J.K escrevia em bares, com sua primeira filha ao lado no carrinho. "Só Deus sabe o quanto eu corri.E o que fiz pra chegar aqui" , se a eterna Rowlling de 45 anos, pudesse ouvir nas rádios todos os dias esta musica do Nxzero, concerteza a decretaria como o hino da sua vida. J. K enfrentou com unhas e dentes as dificuldades que batiam em sua porta, até conseguir que seu primeiro livro chegasse as prateleiras, e o mais importante, ela nunca se deixou abater, nunca desistiu, sempre persistiu, pois ela acreditava em seu potencial. Tanto que hoje, tem seus sete livros sendo vendidos feito agua pelo mundo afora, e nos últimos anos tendo o prazer de ver suas obras tornando-se reais nas telonas.
   Muitos ainda, submetem-se a pensar que a J. K Rowling seria um homem. Eis o universo machista entrando em ação. Foi Christopher Little que a fez acrescentar o "K", do nome da avó preferida de Joanne, dividindo seu nome e sobrenome, dizendo assim que os garotos não se interessariam por algo escrito por uma mulher. Tal observação que ao longos dos anos, fez-se completamente falsa.
   Para você, que apenas conhece Harry Potter de suas estreias calorosas e cheias de expectativas, de longas filas com fã completamente histéricas e ansiosas, aproveite este feriado prolongado e se delicie com a verdadeira obra escrita por Joanne, você descobrirá um novo mundo, muito alem de magos e varinhas mágicas

PÉ NA BUNDA, CASA DOS PAIS, E UM TWITTER

Quando chegamos a um certo ponto da vida, vemos como fomos egoístas, desrespeitadores e desobedientes com nosso pais quando estávamos na adolescência. O tempo passa tão rápido, que consigo ainda lembrar do meu aniversário de 12 anos, e olha que costumo dizer que tenho memória de velho. Mas, o que vem ao caso, é que nesta época da vida em que vivemos, fazemos pouco caso de tudo, torcemos o nariz para as coisas mais absurdas pelas quais precisávamos nos importar, e as brigas com os pais, tornam-se cada vez mais constante, pois queremos questionar nossos direitos e gritar por nossa liberdade.
   Nessa fase da vida, passamos por diversas aprovações, as vezes feitas por nos mesmas para ver se aguentamos o tranco que o futuro nos guarda. Levamos diversos pés na bunda, muitos difíceis de superar, e muitas vezes damos diversos pés na bunda também. Somos completamente loucos por qualquer coisa que seja nova e ligada a tecnologia. Passamos horas e horas no twitter, dizendo coisas que não devíamos dizer, falando coisas que não interessam a quem lê, ou muitas vezes apenas dando Rt's e lendo tweets alheios.
   Aos 28 anos, Justin passa por todas essas situações citadas, mas de uma forma completamente hilária que só o autor do mesmo nome do personagem Justin Halpern, poderia descrever. Ele acaba por tomar um grande pé na bunda de sua namorada, e resolve morar com o pai Sam, que solta cada pérolas que são únicas, e que começam a ser twettadas.

   Depois de anos vivendo sozinho, Justin decidi voltar a morar na casa dos pais. Ele havia terminado um relacionamento de mais de três anos e não tinha outro lugar para ir. Mas, dessa vez, as coisas não seriam como sempre, o pai - que antes passava a maior parte do dia fora trabalhando - estava aposentado, e como ele iria trabalhar em casa, os dois passaram a conviver bastante!
Justin temia o pai quando criança, mas sempre o respeitara muito. Porém, conviver com ele diariamente não era fácil. E as pérolas que o velho soltava eram únicas. Ele começou a colocar as frases ditas pelo pai como status do MSN - até que um amigo sugeriu que ele criasse um perfil no twitter. A princípio, tudo normal, apenas alguns seguidores - que eram seus amigos. Mas, de repente, o número começou a subir incrivelmente e ele se tornou famoso. E seu pai também.
Assim surgiu esse livro, que conta alguns casos - hilários - da convivência entre pai e filho.
"Meu pai sempre foi um cara grosso. Quando eu era criança, tinha pavor dele a maior parte do tempo, portanto não podia reconhecer o valor de me relacionar com o ser humano mais direto do planeta [...] Nos primeiros dois meses na casa do meu pai, quanto mais convivíamos, mais eu ficava grato por sentir a mistura de franqueza e insanidade que caracterizava seus comentários e sua personalidade."

Comentario da Nanie Dias no Skoob sobre o livro
Hilário! Não há outra palavra para descrever esse livro. Ler essa história foi uma delícia - eu morri de rir com as tiradas de Sam Halpern. O mais interessante é saber que tudo isso realmente aconteceu na vida de Justin!
Os fatos escolhidos pelo autor são muito engraçados! Eu tive que parar de ler o livro porque já era madrugada e eu realmente estava parecendo uma louca de pedra com minhas gargalhadas... Rir sozinha já é estranho, rir sozinha de madrugada... Esse é aquele tipo de livro que você realmente deveria ter vergonha de ler em um ônibus ou no consultório de médico. Ah, não... a história não é constrangedora, nem a capa... Mas as suas risadas (e eu te desafio a ler esse livro inteiro sem rir nem ao menos um pouquinho) serão.
Enfim, é um livro ótimo!!! Eu estava mesmo precisando de uma leitura divertida assim para espairecer!

Ps: Infelizmente não encontrei este livro para baixar, quem encontrar me avise nos comentarios.

Talvez fantasmas sempre assombrassem mentes, não lugares.

A palavra medo no dicionário é nada mais que um estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários . Mas também é a ausência de coragem, coragem para traçar e cumprir metas desejadas a anos, coragem para dizer o que realmente pensa, e mostra quem você realmente é.O medo é enigmático, é travesso, é imprevissivel, ele te impede de dobrar a próxima esquina, mas faz com que você se apaixone, se vicie e se entregue a sufocante, a deliciosa sensação de calafrios percorrendo todo o seu corpo, algo que só é satisfatoriamente prazeroso ao assistir a um filme, ou ler um bom livro. 
   Hoje, venho com uma proposta diferente de leitura, algo que foge completamente dos meus padrões de um bom romance, um gênero diferenciado, algo que me dei a coragem de provar o gosto do medo, junto de um roqueiro com muitas manias estranhas de colecionar objetos macabros, o Judas.


Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta. Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar.

Comentario de Regiane no Skoob, sobre o livro
  Quando li a sinopse do livro e soube que estava na lista dos mais vendidos do New York Times eu fiquei super interessada em adquirí-lo.
   E como se não bastasse ser o tipo de literatura que gosto, o autor ainda é filho de um dos meus autores preferidos - Stephen King - o que me fez pensar que Joe Hill seria mais um grande nome da literatura do horror. E não é por menos, Joe Hill é excelente, nessa obra ele prova que seu talento corre pelas veias.
   O astro do rock Judas Coyne tem o bizarro hábito de colecionar coisas estranhas, sejam elas quaisquer tipo de anormalidades. Junto com uma de suas mais recentes aquisições - um terno que, segundo a vendedora, era possuído por um espírito - veio uma série de tormentos e desgraças.
    Então, a vida de Judas e Geórgia, com quem divide a casa se transforma repentinamente, quando ele descobre que há de fato um fantasma naquele terno. Juntos, eles começam a lutar para sobreviver diante da ameaça incontrolável que se tornara aquele fantasma.
   Terminei esse livro em poucos dias, pois ele me prendeu do começo ao fim, ao ponto de me dar calafrios, como se eu estivesse dividindo todo o terror - que Joe criou - junto com seus personagens.
   É um dos meus preferidos no gênero. Recomendo aos que apreciam.

UMA COLETANEA : ESTA

De uma forma completamente sutil a literatura se expandiu. Já não existem mais limitações ou prisões para trancafiar um livro em uma biblioteca. Ao longo dos dias, comecei a formar uma opinião que hoje vejo que não é  nada alem de uma humilde e pura verdade. A literatura, nos liberta, ela fala por nós. Ela é feita de embaraços, traços, amassos, amores , desamores, arrepios e identificação. É a forma mais mútua de mostrar que todos sentem o que sentimos, que todos compartilham entre si, o seu mais doloroso amor, a sua mais complicada alegria.
   Hoje as palavras não são jogadas ao vento, o vento as carregam, ele as submetem a ir ao encontro de desesperadas e inquietas mentes e corações que pedem por um alguém que fale por elas. Em meio a todo esse enlouquecer transbordante de redes sociais, elas se perderam. Para ser mais clara, elas se agruparam e hoje dominam este universo. Frases de escritores famosos como Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Shakespeare , entre muitos outros amantes do magico mundo literário, circulam pelos twitteres, blogs, comunidades no orkut, facebooks, tumblrs. São diariamente retwettadas, reblogadas, curtidas e afins de possibilidades de aumentar o numero de apaixonados por esta força que encanta.
   Hoje trago a vocês uma coletânea de trechos de um Portoalegrense lá de Santiago "a terra dos poetas" no Rio Grande do Su
"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sedno é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."

"...Dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha ou fatalidade, não importa, estamos tão enredados que seria impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui... "

"..Então,que seja doce.
Repito todas as manhãs,ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce.
Quando há sol e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas,se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder.Tudo é tão vago como se fosse nada... 
"

"Cá entre nós: fui eu quem sonhou que você sonhou comigo?"
"Entenda bem: não me veja tentando reatar uma história de amor já bastante espatifada (ou talvez sim, mas você não me deu chance e a coisa mais saudável que eu podia fazer era entrar noutra). Acontece que, com ou sem cama, gosto profundamente de você.  "

"E que graça teria a vida se só houvessem dias ensolarados e amigos equilibrados?"

Reabrindo o Passado

Eu adoro cartas e ponto. Gosto de ver a forma como o papel fica ao passar dos anos, e o modo como as palavras continuam ali, intactas e prevalecendo sempre na memória e em um baú que será guardado até o para sempre e quem sabe mais um dia. As manchas de caneta, os rabiscos quando algo não sai direito, ou ate mesmo, os coraçõeszinhos e enfeitizinhos a parte, quando um coração apaixonado se põe a se abrir da forma mais encantadora possivel. Sentimentos, desabafos, palavras que o vento levaria e que talvez da boca nao conseguiriam sair, transformam-se nas velhas e eternas cartas.
    Mas o tempo passou e elas ele levou. Perderam-se e deslocaram-se em um tempo onde tudo custa a ser digital e ao mesmo tempo anonimo, desajeitado e superficial. Porém, Martha Medeiros, Margaret Atwwod, Neil Gaiman, Miguel Sanches Neto, Adriana Lisboa e muitos outros autores, colocaram-se a frente e resolveram trazer de volta as apaixonates, ofuscantes e derretedoras cartas de amor.Pois cá entre nós, poder reabrir um envelope e sentir as lagrimas escorrendo sobre o rosto e um sorriso se formando é a sensação mais forte e deliciosa que uma pessoa pode sentir, a de sentir-se amada.

  

O livro "Carta para você" reune muitos nomes importantes da literatura, inclusive autores brasileiros que receberam um convite da editora, para escrever cartas de amor, para preencher por completo esse trabalho mais que apaixonante.O tema era livre; poderiam pensar em qualquer situação, estilo e, é claro, dose de paixão. O resultado final  foi surpreendente. Reunidas, as cartas formam um mosaico rico e arrebatador: um panorama do amor nos dias de hoje.
Um homem apaixonado escreve a uma mulher casada, sem saber que sua carta pode cair em mãos erradas; outro publica anúncios no jornal à procura de sua amada, que sumiu sem deixar vestígios. Uma mulher, após uma noite de amor, envia e-mails obsessivos sem ter resposta; outra responde por carta, emocionada, a um pedido de casamento. Um cupido escreve um anúncio em que cobra por seus serviços; um chimpanzé declara seu carinho a uma primatologista. As boas idéias se tornam inesgotáveis nas mãos desses habilidosos escritores. E as cartas nunca pareceram tão originais - e sedutoras - como essas.
    Dia doze de Junho esta a um passo de acontecer, e nada melhor do que nesta data tão especial, escrever e derreter-se toda em sentimentos atraves de uma maravilhosa carta de amor.

domingo, 21 de agosto de 2011

"To Hear Much" : The Fray


   De oito em dez bandas, as formações ocorreram da forma mais clichê e sutil possível. O colégio é sempre o ponto de partida para se deliberar um futuro, repleto de sucesso, se optar por uma banda.Afinal, é convivendo cerca de dez anos com um grupo de pessoas, que as conhecemos melhor e traçamos caminhos para em futuro próximo continuarmos juntos. E como não podia ser diferente, foi em um colégio em Denver, no Colorado, que dois amigos se conheceram e formaram o "The Fray"

    
Em 2002 os ex-colegas de escola, Isaac Slade e Joe King, se reencontraram e começaram a compor algumas canções, na mais pura inocência de sonhar em ter uma banda de rock. Mas, para este sonho se tornar possível, restaria ainda mais alguns integrantes. Foi só então que,  Zach Johnson  e o irmão de Isaac, Caleb, entraram para a banda.
    Só que, nem tudo é um mar de rosas quando se trata desse ramo de trabalho. Pessoas passam por uma banda, muitas saem e os que acreditam continuam. Caleb, pede para sair da banda, o que causa um mal-estar entre ele o irmão. Mas, foi Zack que parece não ter colocado fé em quatro jovens com apenas um sonho e sem muita estrutura, que abandonou o The Fray e foi estudar Arte em New York.
   Com muitas idas e vindas, o The Fray permanece intacto hoje com Isaac Slade, Joe King, Ben Wysocki e Dave Welsh. A musica " Over My Head" a antiga "Cable Car" que Isaac escreveu ao irmão, é hoje a mais ouvida em todo o mundo.





sexta-feira, 19 de agosto de 2011

É tão pequeno diante de tudo o que sinto


"Ela também teve seu coração machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!"

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre a realidade do irreal



"Você já teve um sonho que parecia tão real que quando acordou não sabia em que acreditar? 
O que você faria se o que você pensou fosse verdade ? 
Você iria se retirar dos seus sonhos com a esperança de encontrar uma realidade mais perfeita? 
Às vezes a vida é mais estranha do que um sonho.
 O único caminho é você acordar e enfrentar as mentiras ocultadas na sua alma e você só pode esperar que naqueles momentos de reflexão escura você não seja sozinho."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ralando o coração

 

   Um tropeço. Muitas vezes, não raramente, há uma pedra em meu caminho que me faz cambalear sobre o asfalto e ficar prestes a cair sobre o chão, fazendo com que pequenas lagrimas se formem no canto dos meus olho. Mas é neste momento, que alguém me segura.Só que, nem sempre tenho a sorte de encontrar algo para me apoiar, fazendo com que a dor do tombo amenize.
   Um dia eu cai. Quando se cai, não é tao simples como todos acham, conseguir levantar. A dor toma conta de todo o teu ser, ferindo especialmente uma parte de você que era a responsável em te guiar. Com este órgão afetado, era impossível se recompor, levantar e continuar a caminhar.
   Um coração foi ferido. Este que ja estava em um estado de completo desgosto e tristeza. O tempo e os tropeços, se encarregaram de anunciar ao destino que era hora de mudar, e este por si, disse que para isto acontecer era preciso primeiro cair.
   Nos seres humanos, só enxergamos os limites quando nos machucamos.Pelo menos era isso o que minha mãe costumava dizer, quando eu e meus irmãos resolviamos resolver nossas diferenças atraves da violencia. E ela estava certa. Eu fui a responsavel pela bela façanha de conseguir me automachucar. Os tropeços são aviso de que algo esta errado, quando você opta por um caminho a seguir. Nossas escolhas geram consequências, mas ninguem nunca me disse que essas consequências fariam com que eu sofresse tanto e cegasse meu coração para outros amores que queriam entrar.Muitos bateram em minha porta e eu sempre hesitei em abri-la, mas nunca consegui.
   Algum dia eu conseguirei levantar. A dor de ver meu coração sangrando, fez com que o resto do meu corpo quisesse dormir. Com os olhos fechados eu encobria a realidade e vivia apenas dos sonho, mas estes só me machucavam mais. Foi quando eu percebi o mal que eu estava cometendo contra mim mesma. Não é porque, que o amor de sua vida se recusa a ser o amor de sua vida, que você deve decidir parar de viver. Ele podia ser o motivo, porem muitos outros motivos para te fazer seguir em frente irão aparecer. Afinal, para curar um coração ferido, é só abrir a porta para um novo amor entrar.
    Eu abri meu olhos, me recompus, me levantei, entretanto tudo isso não quer dizer que meu coração se curou. Ele foi apenas emendado com pequenos pedaços de coragem, força e vergonha na cara. Levara tempo para ele ficar bem denovo, mas ate la eu vou evitar tropeçar neste novo caminho que optei em seguir.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mudanças iguais



          A gente vai crescendo, mudando a forma como vemos o mundo, e a maneira como o mundo nos vê, vamos  mudando e nos adaptando ao que não achávamos certo,  vamos mudamos outra vez, e descobrindo sentimentos e sonhos, que não sabíamos ser capazes de ter, a gente cresce a aprende ( na marra, em algumas situações) a ver com nossos próprios olhos,  e curar algumas feridas, sozinhos.
    A gente desaprende a se entregar, do jeito simples. Amor, se torna cada vez mais, um verbo difícil de se conjugar. O jeito " criança" de se apaixonar vai sumindo, e nos tornamos sonhadores e movidos pelo impossível, durante algum tempo....
   A gente muda, e quando menos percebemos, deixamos a meninas de 11 anos, ir embora, e começamos a colocar nossa cara nesse mundo. Com nossos desejos, medos, vontades e desamores... Cada dia que passa, nos tornamos um pouco mais do mundo, e esse, um pouco mais  a gente 
   


Thaís Boni 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

décima quarta página de história



 o olhar opaco, o sorriso forçado, o abraço frio, as palavras são jogadas para fora... 


é mais ou menos isso que a gente fica quando alguém vai embora: metade. metade de qualquer coisa que não tem nome, nem história, mas a gente sabe que existe, afinal,  perder é a forma mais próxima da real sensação do sentir. sentir o cheiro que some aos pouquinhos, o ar descer mais pesado e empurrando essa tal de vida para dentro e depois para fora, sentir o mesmo vazio que agora ficou em seus porta-retratos... nunca estamos preparados para a hora do adeus, do até logo ou mesmo das despedidas que dispensam a ironia boba das palavras. 
Metade e às vezes nem isso. 
com o tempo a vida nos ensina a acumular lembranças como quem coleciona discos ou selos postais e não é tarefa fácil descartar as memórias.
metade é a necessidade de nos sentirmos inteiros. metade é se conformar em ainda ter a companhia de qualquer coisa que foi embora.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Terça-feira e um pouco de amor....



Eu não planejei me apaixonar por você... 
...e duvido que você também tenha planejado se apaixonar por mim. Mas, assim que nos conhecemos, estava claro que nenhum de nós conseguia controlar o que estava acontecendo com a gente. Ficamos apaixonados, apesar das diferenças entre nós, e quando isso aconteceu, alguma coisa rara e maravilhosa foi criada. Para mim, um amor como aquele só acontece uma vez, e é por isso que cada minuto que passamos juntos ficou gravado na minha memória. 
Nunca me esquecerei de um momento sequer.



                                                                                              Nicholas Sparks 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Falhas na conexão


    E depois de algum tempo fora do ar, chegou a hora de encarar as borboletas no estômago, que surgiram e já foram destruídas...
   O coração acelerou quando  veio falar comigo pela primeira vez, e logo depois senti um vazio sem tamanho no peito. Algo dentro de mim, me deixava ciente do risco que estava correndo, mas ao mesmo tempo, tinha a distante esperança que comigo seria diferente....
    Desapontamento
    Tudo bem, sei que supero, sei que com o tempo esqueço, sei que algum dia isso irá doer menos em mim....
    Mas depois de tanto tempo, dá uma preguiça enorme de voltar, e apanhar as partes ocas e destroçadas na ventania, e montar novamente, reconstruir um erro; como se nada tivesse acontecido. 
    Foi rápido, mas hoje sinto que uma parte do meu dia, está faltando... 
Talvez sejam suas ligações, suas mensagens, ou apenas o fato de saber que por alguns dias, eu estive presente na sua vida...
    Como se expectativas não tivessem inundado, e as flores do caminho, murchado. A minha pressa, e a tua desmotivação ruiram qualquer possibilidade de futuro...
   Era mais fácil não ter começado. 
   Não queria nada, você,dizia querer tanto.... e agora ?
    Acabou, você não querendo nada, e eu...... Querendo tanto.


#StayStrong

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Desistir Jamais

Essa semana eu venho aqui pra amostrar a letra de uma musica que é muito importante pra mim e combina muito com os tipos de texto que eu gosto de escrever.Ela fala sobre ultrapassar limites e ser um vencedor não importa o quanto digam o contrario.Acho que essa musica por si só vai tocar o coração de pessoas especiais.Conheço pessoas que não acreditam nelas mesmas e vivem infelizes com isso e precisam de uma ajuda,precisam de alguém pra dizer a elas que são capazes,que vão conseguir sim. Infelizmente o mundo está repleto de pessoas que dizem o contrario.

Se você por um minuto pensar que não é capaz lembre-se dessa canção e siga em frente



Vencedor
 Raiz Coral

Me disseram que eu não ia conseguir                                             
Me disseram que eu não devia prosseguir
Me falaram tantas coisas negativas, que eu quase parei!

Me disseram que eu não tinha vocação
Que a minha situação havia ido longe demais, para vencer
Pensei mesmo em desistir
Me parecia impossível
Isso aos olhos dos homens
Na história do mundo,
Mais em Deus eu posso vencer

Vencedor campeão,
Gravaremos nosso nome na história,
Vencedor campeão,
Nunca abandonaremos a batalha,
Desistir jamais

As vezes acontecem coisas na vida,
Que nos deixam abatidos e queremos desistir
Mais não é assim que um vencedor se porta
Ele olha sempre a frente em qualquer prova
Aproveita do passado, lições
Para ser um vencedor

Fui surdo para os "nãos"
Cego para os empecilhos
Pois quem nasce pra vencer
Não se prostra na derrota
Levante-se vencedor

Vencedor campeão,
Gravaremos nosso nome na história,
Vencedor campeão,
Nunca abandonaremos a batalha,
Desistir jamais

Todo aquele que quer ser um vencedor
Precisa conhecer as suas armas
Pra vencer o opressor
Busque forças no Senhor
Ele faz do fraco vencedor

Vencedor campeão,
Gravaremos nosso nome na história,
Vencedor campeão,
Nunca abandonaremos a batalha,
Desistir jamais

Me disseram que eu não ia conseguir
Me disseram que eu não devia prosseguir
mas se esqueceram que
Deus me faz mais que vencedor

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tudo é questão de esperar.


    Insatisfação consiste e combina muito como meu sobrenome. Eu reviro o mundo do lado do avesso e parece que nada me agrada, nada me alegra, nada me satisfaz. Eu enxergo um mundo diferente ao meu redor, não vejo mais uma vontade súbita de alimentar meu ego, não encontro mais coisas para sentir prazer. Nem nas palavras eu consigo me refugir como antes. Só sinto uma imensa saudade de um passado, um passado que se foi mas que não deveria ter sido levado com a força do vento que sobrou em meus cabelos e os tirou dos olhos, fazendo com que eu enxerga-se uma verdade transparecendo aos poucos por trás de um olhar repleto de mentiras.
     Eu fico a esperar pelo tempo. Esperando que ele passe o mais rápido possível. Mas como uma daquelas irresistíveis e torturantes peças que o destino adora nos pregar, ele nunca vem. E eu vou em busca de desculpas e opções alternativas, fazendo de tudo para poder arrancar do meu peito esse amor que já se misturou com dor.

I'm Back

  
   No dia oito de abril, eu fiz uma escolha. Uma escolha que me prejudicou muito. Eu decidi dar um tempo ao blog, dar um tempo a vocês. No começa eu estava muito animada para poder reformar-lo, digando assim poder reformar tambem um bom pedaço da minha vida, mas eu me deixei envolver, eu me deixei ser levada por corrente de ar fria, uma corrente que levou de mim toda a minha paixão, todo o meu entusiasmo, toda a minha inspiração. Eu vaguei cerca de dois meses pelas frias e umidas noites, sendo pessimista a chegar a desistir daquilo que me fazia bem. Mas eu consegui me levantar, eu consegui mostrar a mim mesma que não se pode viver sem sentimentos, se escondendo dos problemas, nos precisamos enfrenta-los, e a meu jeito de enfrentar as coisas sempre foi sentar na frente do computador, ouvindo um bom rock n' roll - neste momento é "Walk" do Foo Fighters- e procurar me encontrar de novo nas palavras. Estou apenas começando de novo, nunca deixei de ser uma aspirante nesse lance de sentimentos, entao tente ser o mais paciente possivel e nao julgue tanto os meus textos, como eu os julgo, eu estou apenas me reerguendo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Meu mundo.


Cabelos presos, ar-condicionado ligado, pijama fresco e em perfeito estado, vinte e quatro horas sem dormir... Acho que estou pronta para deitar. Olho no meu relógio de pulso mais uma vez, falo com a mente como se fosse criança, ponteiro menor no quatro e o maior no doze, o outro não para de correr. São exatamente quatro horas. Quatro horas da manhã ou da madrugada, chame como quiser.
Ultimamente não tenho certeza de mais nada. Meu coração não bate mais de acordo com a minha mente e me sinto tremula só de pensar naquele sorriso. Mas eu prefiro não falar sobre isso, pelo menos não agora. Passaram-se exatamente duas semanas desde o termino do namoro e depois de quatorze dias é que a insônia chega. Tenho certeza, isso não é normal. Talvez esse aperto no peito seja pelo fato de ter achado o anel maravilhoso que ganhei no nosso aniversario de namoro, e o ter jogado fora. Deve ser isso, dever ser a culpa, arrependimento ou qualquer uma daquelas coisas que sente quando se faz algo sem pensar e acabada descobrindo que não deveria ter feito... Passaram-se quinze minutos e eu ainda estou falando sozinha na beira da cama, com a pantufa da minha irmã e meu pijama branco que ele me deu no ultimo mês. Por sinal, esse pijama parece ter o cheiro dele, e por mais que não devesse, costumo amar esse tipo de coisa. Dou um passo, tiro as pantufas e me deito. Diminuo a temperatura do ar, preciso ocupar minha cabeça tentando me esquentar. Acho que isso me fará bem na tentativa de esquecê-lo.
Encosto minha cabeça no travesseiro e me cubro com um ou dois edredons. Fecho meus olhos e tento ocupar minha cabeça com algo útil. Não consigo. As falas românticas do filme que minha irmã estava assistindo me faziam lembrar ainda mais da voz dele ao pé do meu ouvido. Sussurrando aquelas mesmas palavras... Abro os olhos, desligo o ar, levanto da cama e dou praticamente dez passos até a pegar meu celular jogado em um canto do guarda-roupa. Passo pelo numero dele umas cinco ou seis vezes, mais desligo antes de discar. Minha agenda era mais bonita quando o nome dela era seguido por “amor”. Agora não, está só o nome, pois não seria nada agradável deixar lá até que umas das minhas amigas perceberem que eu não queria aceitar a escolha que ele fez por nós dois. Seria ainda mais difícil se isso acontecesse, por enquanto estou enganando elas, já que não posso enganar a mim mesma. Deixo uma foto nossa na tela do telefone e me deito no canto do quarto, perto da janela, dou mais uma olhada no relógio, agora faz vinte e seis horas que não durmo.
Seis horas da manhã, o sol já esta para nascer e eu ainda não dormi. Passei mais uma noite pensando em como seria bom se eu conseguisse não pensar mais nele, mas acabo pensando, só pelo fato de pensar em não pensar. Sou confusa, eu sei, mas nada que veio de mim até hoje conseguiu ser concreto. Pego meu celular outra vez, penso em ligar, mas não ligo. São exatamente seis e meia e eu entro no trabalho as oito, ainda não dormi, mas vou tomar um banho e ir trabalhar com o meu melhor sorriso. Com aquela mesma mascara que estou usando a duas semanas dizendo que eu sou extremamente feliz, mas eu não sou. Não depois que ele se foi... Antes que eu comece a lamentar por ele ter me deixado outra vez, retiro meu pijama e entro embaixo do chuveiro com uma água bem quente, preciso relaxar. Fico embaixo no chuveiro por mais ou menos quarenta minutos, e desses quarenta minutos, trinta e nove eu pensei nele. Não está sendo nada fácil, eu confesso. Coloco a roupa do trabalho e desço as escadas pensando em pedir férias e sair de viagem, sozinha, em um lugar deserto, só para esquecê-lo. Meu sonho era ir para Paris, mais isso nós queríamos fazer juntos e esse sonho sem ele seria um pesadelo.
Chego à sala, vou até o quarto de meus pais, bato levemente na porta e entro para dar-lhes um beijo de bom dia. Digo que estou bem e estou indo para o trabalho, que estou levando a chave comigo e que a reserva está na ultima gaveta do guarda-roupa da minha irmã. Saio do quarto deles, pego um iogurte na cozinha e fecho a porta da sala praticamente em silencio. No caminho até o carro passo na caixa do correio e encontro uma carta em meu nome, sem remetente, apenas meu nome. Não dou muita importância, entro no carro e jogo-a em cima do banco do carona.
No caminho até o trabalho encontro um transito terrível que me obriga a parar e esperar lembra-me da carta e decido abri-la. Tinha certeza que era mais uma carta oferecendo um cartão de crédito, mas ao ler a primeira palavra já tenho certeza que estava enganada. A carta era dele. Meu coração disparou e comecei a tremer, mal conseguia ler. Dizia que fazia mais ou menos vinte e oito horas que ele não dormia, só pensava em mim, que sentiu seu coração apertado, como se meu coração batesse junto ao dele e que só agora percebeu que o que nos faz viver é o amor que nos une. Palavras bonitas, que inundaram meu carro de lagrimas. Junto com a carta estava outro envelope, um pouco menor, abro-o tremendo e choro mais... Era um bilhete, pedindo para eu voltar para a casa. Fiz o retorno sem ver pra onde estava indo e não sei como cheguei até a minha casa. Sai do carro, bati a porta e entrei em casa, subi as escadas correndo e entrei em meu quarto. Tudo estava normal. Um desespero tomou conta de mim, olhei pela janela e não vi nada, comecei a chorar feito uma criança...
Minutos depois, ouvi alguns passos, deveria ser de minha irmã curiosa, então nem me importei em olhar. Só me virei quando senti dois braços fortes sobre mim e o cheiro dele. Ah, aquele cheiro. Olhei para ele, ele também estava chorando e percebi que em suas mãos havia duas passagens, para Paris, e seus olhos diziam que ele não aceitaria não como resposta. Eu não respondi, apenas o beijei e recebi aquele abraço forte que só ele tem. Mas se quer saber, dizer não é a única coisa que não passou pela minha cabeça daquele momento. Está na hora de abraçar meu mundo e esquecer todo o resto.